Greve
dos Professores das Universidades Federais: quais os motivos dessa luta?
Desde
o ano passado o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN)
vem dialogando com o secretário de educação do governo Dilma/PT na tentativa de
apresentar sua proposta de reestruturação do Plano de Carreira e Reajuste
Salarial. Após diversas reuniões, que perduraram um semestre, o governo propôs
reajuste de 4% nos salários e se dispôs a construir um Grupo de Trabalho para
debater o Plano de Carreira Docente.
Apesar do aparente avanço, no começo do
ano, o governo efetivou um corte de 55 bilhões do orçamento, dos quais 1,9
bilhões eram para a educação. Além disso, divulgou uma medida provisória que
concede o reajuste de 4%, mas transforma os adicionais de insalubridade e
periculosidade, direitos que favorecem a pesquisa docente, em conquistas
pessoais. Esta atitude além de trocar gato por lebre, já que o reajuste de 4%
será equivalente as perdas nos adicionais de insalubridade e periculosidade,
também fere a defesa do Plano de Carreira e de Aposentadoria, já que segundo o
próprio ANDES significará ao longo do tempo redução salarial.
Somado a isso, percebemos que a
estrutura da universidade vai de mal a pior, como a falta de salas de aula,
inexistência de materiais didáticos em laboratórios e salas de aula, carga
horária de trabalho elevada, inchaço de turmas e produtivismo acadêmico que são
fruto da falsa expansão via REUNI, o qual é o carro chefe da contra-reforma
universitária e que influencia não somente a vida dos professores como também a
nossa formação.
Por
conta dessa política nefasta de precarização do ensino superior, é que desde o
dia 17 de Maio os professores das Universidades Federais entraram em greve,
somando hoje o contingente de 48 das 59 instituições em greve. A UFSM teve
assembléia no dia 15 e 23 e aprovou também a paralisação.
Diante
do exposto e compreendendo que a luta pela educação pública é uma luta que deve
ser feita conjuntamente por estudantes, professores e servidores técnico-administrativos,
chamamos a todos e todas as estudantes do CEFD a construírem nossas
reivindicações estudantis em conjunto com as dos professores e
técnico-administrativos.
Reivindicações dos Professores em Greve
- Reestruturação da Carreira Docente, com valorização do piso e pela incorporação das gratificações;
- Valorização e melhoria das condições de trabalho docente nas IFEs.