O Dia internacional da mulher tem como data histórica 8 de março, pois nesta mesma data, em 1857, mulheres operárias de uma fábrica de tecido protestavam por melhores condições de trabalho e salário. A greve que já se estendia por alguns dias foi duramente reprimida, onde 130 tecelãs foram mortas em um incêndio criminoso, trancadas dentro da fábrica onde protestavam. Vale colocar que as mulheres naquela época além da jornada dupla/tripla de trabalho, em casa cuidando das crianças e idosos, tinham carga horária nas fábricas de até 16 horas diárias e salários reduzidos se comparados ao dos homens, o que até hoje em diferentes proporções continua acontecendo.
Passados 155 anos a situação não mudou muito, pois o sistema que vivemos hoje, capitalista, encontra na superexploração e opressão de mulheres mais uma forma de continuar a manutenção das taxas de lucro.
As mulheres continuam com jornadas de trabalho mais rigorosas e com menores salários, mesmo que ocupando os mesmos cargos ou desempenhando as mesmas tarefas que homens, e sobretudo as mulheres negras, que se encontram nos postos de trabalho mais precarizados, além de recebem menores salários que as mulheres brancas que trabalham nos mesmos postos.
Ainda nos é imposto durante toda a nossa educação que a tarefa de cuidar do lar e dos filhos deve ser desempenhada pelas mulheres; a maioria dos postos de trabalho ocupados pelas mulheres ainda está ligado à área de serviços gerais, educação e cuidados, raramente ocupando cargos de chefia e direções nos seus locais de trabalho, reproduzindo uma lógica de que mulheres devem ser criadas para a vida privada e desempenhar funções de cuidadoras e organizadoras.
Os cortes no orçamento deferidos pela crise capitalista aumentaram o desemprego, isso principalmente entre as mulheres e jovens. A não legalização do aborto, a violência doméstica, os assédios sexuais e os estupros aumentam, assim como aumenta o número de mortes de mulheres a cada dia. Numa sociedade que oprime e explora a mulher temos que nos organizar e saber bem quem é o nosso inimigo.
O machismo tem classe e pertence à classe dominante, como forma de manutenção e reprodução do sistema capitalista. Pois isso que hoje afirmamos: A presidenta Dilma/PT não nos representa! Hoje ela ocupa o cargo de uma grande dirigente a serviço da burguesia, não representando a luta e as pautas das mulheres trabalhadoras!
Feminismo tem classe! Somos todas e todos trabalhadores explorados e necessitamos lutar por uma sociedade livre das opressões!Por isso, no dia 08 de março, a comemoração a ser feita deve ser feita em torno da luta. Luta contra a violência doméstica; luta contra a exploração comercial e sexual das mulheres; luta por creche gratuita aos filhos e filhas de mães/pais estudantes e trabalhadores.
Por uma sociedade livre de opressões!
Sem feminismo não há socialismo!
Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física
Gestão 2011/2012
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