domingo, 22 de julho de 2012

Nota sobre a Ocupação da Reitoria da UFSM e de Repúdio a Gestão do DCE UFSM Vozes em “Movimento”

    Na manhã de terça-feira, dia 10 de julho de 2012, durante assembleia dos técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFSM, realizada no hall do prédio da Administração Central, definiu-se pela ocupação do prédio da reitoria. A ação, articulada através do Fórum dos comandos de greve, tinha como objetivo pressionar o reitor, professor Felipe Müller, a se manifestar por meio de uma nota pública em relação a quatro pontos que preocupam as categorias. Os pontos são: a ameaça de corte do ponto; a Ratificação pública de apoio à greve dos segmentos; o Calendário acadêmico – que não seja encerrado antes do término das negociações de greve dos três segmentos; e o Posicionamento público sobre os direitos dos estudantes grevistas.

    Acreditamos que foi extremamente importante a construção da ocupação pois é um instrumento de luta eficaz para conquistar os direitos dos trabalhadores e estudantes. Cabe ressaltar aqui também que nossa luta vai além dos pontos da pauta, ela reivindica uma educação pública gratuita, de qualidade e referenciada na luta da classe trabalhadora. Acreditamos que o valor destinado à educação hoje a partir do orçamento da União não é o suficiente para se garantir a educação pública que queremos. Não é a toa, que a ocupação de 36 horas da reitoria compunha o calendário de greve nacional da FASUBRA; greve que hoje ocorre na maioria das IFEs e que abarca as três categorias: estudantes, professores e técnico-administrativos.

    Temos a compreensão de que a ocupação era legítima e sim construida pelo Comando de Greve Estudantil, pois durante toda a greve, desde o seu início as atividades como mesas de debates, marcha pela educação, trancamento da entrada da UFSM e a confecção de materiais foram tiradas sem contraposição através do Comando de Greve e referendadas ou não em Assembleia Geral de Estudantes. Assim, repudiamos a posição política tomada pelo Diretório Central dos Estudantes da UFSM ao final da tarde, no dia 11 de julho, em reunião do Comando de Greve Estudantil e em Conselho de Entidades de Base (CEB), ao afirmar que a ocupação não era legítima pois havia sido tirada no Comando de Greve Estudantil e não em Assembléia Geral dos Estudantes.

    O objetivo da gestão Vozes em “Movimento” é o de deslegitimar a ocupação estudantil, passando por cima de deliberação do Comando de Greve Estudantil eleito democraticamento em assembleia geral com cerca de 600 estudantes, e assim tentar frear o movimento. Tal atitude mostra o quanto essa gestão que se diz representativa dos estudantes, não pretende nos representar, mas sim se utiliza do movimento para referendar a política defendida pelo grupo político (a Articulação de Esquerda, que é uma corrente interna do PT e atua no movimento estudantil como Reconquistar a UNE) ao qual pertence a maioria dos integrantes da gestão, que é a defesa do projeto educacional privatizante proposto pelo governo Lula/Dilma/PT.

    Assim, reafirmamos o repúdio a atitude dos representantes do reitor e do governo federal no movimento estudantil, pontuando que a ocupação era construida pelo Comando de Greve Estudantil, articulada entre os três setores em greve pelo Fórum dos comandos de Greve. Também, cabe apontar que a luta do movimento estudantil se faz na rua e em ocupações do espaço público ao lado dos trabalhadores e não em gabinetes em mesas de cafézinho com reitorias, governos e patrões.
  
     Da ocupação, além da conquista concreta da pauta dos técnico-administrativos, temos o indicativo de que os estudantes terão seu direito de greve e de reposição das aulas garantido e que o próximo semestre só se iniciará com o término da greve e do semestre atual. Este é mais um passo na defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada na luta da classe trabalhadora, por 10% do PIB para a educação pública Já, contra a Reforma Universitária e o PNE do governo Lula/Dilma/PT e em favor da luta dos trabalhadores.

Assinam essa nota:
    Coletivo Barricadas Abrem Caminhos
    Coletivo Outros Outubros Virão
    Coletivo Rompendo Amarras
    DACEFD UFSM

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nota de esclarecimento aos estudantes do CEFD sobre a implementação do curso de Dança


           No dia 20 de junho, ocorreu no CEFD um Conselho de Centro extraordinário cuja pauta era a Aprovação do Curso de Dança – Licenciatura. O mesmo assunto já havia entrado em pauta do Conselho, em 7 de outubro de 2011, quando por parte da maioria dos setores – departamentos, estudantes e técnico-administrativos – foram apontadas várias problemáticas para a criação do mesmo, e acabou simplesmente sendo retirado da pauta de aprovação.
            No dia 20 de junho deste ano, repentinamente a pauta volta à tona, sem ser feito qualquer tipo de debate coletivo e em plena GREVE dos três setores na UFSM: professores, funcionários e estudantes. Mesmo diante disso, e da manifestação via email do representante da Coordenação dos cursos e dos funcionários, solicitando a suspensão do Conselho pelo motivo da greve, o pedido é simplesmente desconsiderado e realizado o Conselho, em que se aprovou a criação do Curso de Dança – Licenciatura, a entrar em vigor no início de 2013.
            À título de esclarecimento, os cursos de Dança, utilizarão os espaços do CEFD e do CAL, estando a Licenciatura alocada no CEFD, e o bacharelado no CAL. Cerca de um mês antes, o Bacharelado em dança entrou em votação no CEPE (Conselho de ensino, pesquisa e extensão) na reitoria, e antes mesmo de ser aprovado já constava na lista para o vestibular 2013, mostrando a forma atropelada como ambos foram encaminhados.
            Por isso, nós do DACEFD elencamos nesta nota as problemáticas que vem sendo apontadas, seja quanto à criação do curso, seja quanto à forma atropelada que o processo se deu. Em primeiro lugar, entendemos a Greve como um momento importante de reivindicação das categorias, e que a chamada de um Conselho de Centro durante a mesma é no mínimo uma inconseqüência com o movimento grevista. Ironicamente, tem-se uma greve denunciando as conseqüências dessa expansão do ensino superior sem qualidade e em meio à ela, a criação de um novo curso, sem qualquer garantia de infra-estrutura e recursos humanos.
            Importante também ser aqui apontado que em outubro de 2011, na Assembléia Geral de estudantes realizada pelo DACEFD, foi tirado o posicionamento de ser contrário, à criação do curso de Dança nesse momento, por todos os problemas estruturais que o CEFD enfrenta hoje, problemas esses que vão desde as condições mínimas para as aulas dos cursos já existentes, até a contratação de mais professores. Tais problemas ressurgiram na Assembléia estudantil no início de 2012, na qual foram elencadas diversas reivindicações estruturais que ainda hoje permanecem as mesmas. Ressaltamos aqui que não somos contra a existência do curso de dança e aos estudantes que entrarão na universidade por meio dele, mas como foi apontado em 2011 no surgimento desse debate, o CEFD hoje se encontra em situação de total precarização com os cursos de graduação e pós-graduação já existentes e que realizar mais expansão não é a solução para todos esses problemas que tem sido expostos anteriormente.
            Portanto, um centro que acata a forma atropelada de criação de cursos novos, com promessas frágeis de maior investimento segue a favor dos ventos da Reforma Universitária em curso, em que seu carro chefe REUNI promoveu uma expansão a qualquer custo, sem garantir as mínimas condições para uma educação de qualidade, e à qual as ocupações de reitoria em 2011 e a greve de 56 Instituições Federais de Ensino Superior já mostraram sua verdadeira face.
Defendemos sim a expansão e o maior acesso à universidade pública, mas que isso seja feito de modo a garantir as condições de ensino, pesquisa e extensão aos estudantes que já estão na universidade e aos que virão, o que inclui maior investimento público na educação pública, ampliação da contratação de professores e técnicos administrativos, ampliação de laboratórios e biblioteca, ampliação e melhorias na infra-estrutura e universalização da assistência estudantil.
Chamamos desde já, a todos os estudantes de educação física, e aos futuros graduandos em Dança a uma luta conjunta por melhores condições para a formação, na defesa intransigente da universidade pública, gratuita e de qualidade, reafirmando assim a luta contra a Reforma Universitária do governo Lula/Dilma/PT e a defesa de 10% do PIB para a Educação Pública Já!

Diretório Acadêmico do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM
Gestão 2011-2012 “Lutar quando é fácil ceder!”