Na manhã de terça-feira, dia 10 de julho de 2012, durante assembleia dos técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFSM, realizada no hall do prédio da Administração Central, definiu-se pela ocupação do prédio da reitoria. A ação, articulada através do Fórum dos comandos de greve, tinha como objetivo pressionar o reitor, professor Felipe Müller, a se manifestar por meio de uma nota pública em relação a quatro pontos que preocupam as categorias. Os pontos são: a ameaça de corte do ponto; a Ratificação pública de apoio à greve dos segmentos; o Calendário acadêmico – que não seja encerrado antes do término das negociações de greve dos três segmentos; e o Posicionamento público sobre os direitos dos estudantes grevistas.
Acreditamos que foi extremamente importante a construção da ocupação pois é um instrumento de luta eficaz para conquistar os direitos dos trabalhadores e estudantes. Cabe ressaltar aqui também que nossa luta vai além dos pontos da pauta, ela reivindica uma educação pública gratuita, de qualidade e referenciada na luta da classe trabalhadora. Acreditamos que o valor destinado à educação hoje a partir do orçamento da União não é o suficiente para se garantir a educação pública que queremos. Não é a toa, que a ocupação de 36 horas da reitoria compunha o calendário de greve nacional da FASUBRA; greve que hoje ocorre na maioria das IFEs e que abarca as três categorias: estudantes, professores e técnico-administrativos.
Temos a compreensão de que a ocupação era legítima e sim construida pelo Comando de Greve Estudantil, pois durante toda a greve, desde o seu início as atividades como mesas de debates, marcha pela educação, trancamento da entrada da UFSM e a confecção de materiais foram tiradas sem contraposição através do Comando de Greve e referendadas ou não em Assembleia Geral de Estudantes. Assim, repudiamos a posição política tomada pelo Diretório Central dos Estudantes da UFSM ao final da tarde, no dia 11 de julho, em reunião do Comando de Greve Estudantil e em Conselho de Entidades de Base (CEB), ao afirmar que a ocupação não era legítima pois havia sido tirada no Comando de Greve Estudantil e não em Assembléia Geral dos Estudantes.
O objetivo da gestão Vozes em “Movimento” é o de deslegitimar a ocupação estudantil, passando por cima de deliberação do Comando de Greve Estudantil eleito democraticamento em assembleia geral com cerca de 600 estudantes, e assim tentar frear o movimento. Tal atitude mostra o quanto essa gestão que se diz representativa dos estudantes, não pretende nos representar, mas sim se utiliza do movimento para referendar a política defendida pelo grupo político (a Articulação de Esquerda, que é uma corrente interna do PT e atua no movimento estudantil como Reconquistar a UNE) ao qual pertence a maioria dos integrantes da gestão, que é a defesa do projeto educacional privatizante proposto pelo governo Lula/Dilma/PT.
Assim, reafirmamos o repúdio a atitude dos representantes do reitor e do governo federal no movimento estudantil, pontuando que a ocupação era construida pelo Comando de Greve Estudantil, articulada entre os três setores em greve pelo Fórum dos comandos de Greve. Também, cabe apontar que a luta do movimento estudantil se faz na rua e em ocupações do espaço público ao lado dos trabalhadores e não em gabinetes em mesas de cafézinho com reitorias, governos e patrões.
Da ocupação, além da conquista concreta da pauta dos técnico-administrativos, temos o indicativo de que os estudantes terão seu direito de greve e de reposição das aulas garantido e que o próximo semestre só se iniciará com o término da greve e do semestre atual. Este é mais um passo na defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada na luta da classe trabalhadora, por 10% do PIB para a educação pública Já, contra a Reforma Universitária e o PNE do governo Lula/Dilma/PT e em favor da luta dos trabalhadores.
Assinam essa nota:
Coletivo Barricadas Abrem Caminhos
Coletivo Outros Outubros Virão
Coletivo Rompendo Amarras
DACEFD UFSM
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