Nota de Apoio aos Estudantes da USP
"Que vivan los estudiantes,
"Que vivan los estudiantes,
Jardín de nuestra alegría,
Son aves que no se asustan
De animal ni policía.
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría.’’
Violeta Parra
Passadas quase três décadas em que se findou o regime de ditadura militar em nosso país é inadmissível que ainda tenhamos que vivenciar as cenas que nos últimos meses tem se repetido na maior Universidade do Brasil, a Universidade de São Paulo – USP. Desde o final do ano passado os estudantes da USP vem demonstrando sua indignação e resistência frente as medidas autoritárias do atual reitor João Grandino Rodas, que visam implementar um programa privatista e elitista para a USP, e que para tal não tem receio em passar por cima de qualquer obstáculo que se coloque no caminho.
A criminalização do Movimento Estudantil por parte da reitoria e do governo de São Paulo, nos faz lembrar da mancha que a ditadura nos deixou na história. Ainda no final de 2011 mais de 70 estudantes presos por suas posições políticas, ainda 6 estudantes expulsos da Universidade por participaram da ocupação legítima em defesa da assistência estudantil.
E já na primeira semana de 2012 o reitor surpreende com mais uma medida autoritária, pedindo a desocupação e lacrando o prédio que abrigava à anos o Diretório Central dos Estudantes – DCE-Livre. Usando-se do aparato da policia militar instalado dentro da Universidade, os estudantes que estavam no espaço no momento da desocupação, foram retirados a força, em momentos sob a mira das armas de fogo e da opressão dos policiais militares, fechando assim no dia 6 de janeiro, uma das sedes da máxima entidade política representativa dos estudantes.
Justamente no ano em que o vestibular da FUVEST traz como tema a participação política, vemos medidas do reitor da USP para calar a voz dos estudantes e impedir sua organização de forma autônoma e a luta por uma Universidade pública e de qualidade.
Diante de tais fatos, vimos por meio desta nota declarar nosso apoio aos lutadores e lutadoras da USP, que sob as piores reações do conservadorismo lutam e defendem a bandeira do conjunto do movimento estudantil, por uma Universidade pública, gratuita e de qualidade, e ainda, rechaçamos as medidas truculentas e antidemocráticas do atual reitor. Não podemos mais aceitar que esses fatos continuem acontecendo nas instituições que deveriam primar pela diversidade e pluralidade de saberes e posições.
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